
Americanah
Sobre o livro
Título Original: Americanah
Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Páginas: 516
Tradução: Julia Romeu
Editora: Companhia das LetrasEm 1990, Lagos está no meio de conflitos militares. Ifemelu, uma jovem igbo, e Obinze, seu namorado, tentam viver seu amor da forma mais romântica possível e conseguem durante algum tempo. Eles fazem planos sobre no futuro irem para os Estados Unidos, terminarem os estudos, pois as faculdade africanas enfrentam uma series de paralisações. Quando o amante militar da tia de Ifemelu, tia Uju – irmã mais nova de seu pai -, morre em algum conflito civil Ifemelu faz uma escolha da sua história. Ela e Obinze tiveram um vislumbre das suas vidas diante daquela decisão. Mas a realidade é mais carniceira que parece ser...
Quando Ifemelu
vai para a terra do tio Sam, ela se confronta com a realidade da questão racial.
Ela está num país estranho e desconhecido, muitas vezes intimidador. Ter que dá
o primeiro passo é penoso. A jovem igbo tem que usar o nome de outra nigeriana
por não ter visto americano e deixa de viver como uma nigeriana na américa e
começa a agir como se fosse uma nativa.
“O único motivo pelo qual você diz que a raça nunca foi um problema é porque queria que não fosse. Nós todos queríamos que não fosse. Mas isso é uma mentira. Eu sou do país onde a raça não é um problema; eu não pensava em mim mesma como negra e só me tornei negra quando vim para os Estados Unidos...”
Com o tempo
Ifemelu passa a trabalhar de babá para família mais americana estereotipada que
existe (créditos à autora), pois foi o ponta pé para que ela criasse o seu
famigerado blog. Aqui vale dizer que seu blog tinha como meta mostrar a questão
racial na visão de uma negra não americana. Ifemelu notava que as pessoas
falavam diferente com ela quando estavam presentes, como se não entendesse o
idioma ou a tratavam de maneira esquisita – exemplo: querendo mexer no seu
cabelo.
O blog
começou quando seu primeiro namorado genuinamente americano terminou com ela,
pois ela o traiu. Ela tentou reatar, porem ele cortou qualquer contato. Mas foi
com ele que ela “cresceu” como “americanah” conseguiu o desejado visto
americano.
“Sabe qual é a solução mais simples para o problema da raça nos EUA? O amor romântico. Não a amizade. Não o tipo de amor tranquilo e superficial cujo objetivo é manter as duas pessoas confortáveis. Mas o amor romântico profundo e rela, do tipo que retorce e estica você e faz com que respire através das narinas da pessoa que ama. E como esse tipo de amor romântico profundo e real é tão raro como a sociedade americana é feita de moto a torna-lo ainda mais raro entre um negro americano e um banco americano, o problema da raça nos estados unidos nunca vai ser resolvido.”
Enquanto
Ifemelu tinha seu “BOOM” com seu blog na terra do tio Sam. Obinze que ficou na
África tentando tirar o visto para se encontrar com sua namorada de infância,
seus planos mudaram quando sua futura mulher ficou muda – Ifemulu tinha cortado
qualquer contato com Obinze. Parou de responder suas mensagens e seus telefonemas.
Não vendo outra alternativa senão seguir com a vida, ele vai para Inglaterra
visitar o seu primo e tentar conseguir um visto britânico. Não conseguindo, ele
faz a mesma coisa que Ifemulu, busca de maneiras não licitas para poder ganhar
dinheiro e sobreviver.
O garoto
que tinha sua própria visão de estrangeiro baseada em romances americanos e
ingleses, foi traído brutalmente pela realidade. Zed (como era chamando pelos
amigos de infância) começou a trabalhar como limpador de privadas e ajudante de
marceneiro – carregava madeiras pesadíssimas. O plano de Teto (como Ifemelu o
chamava) era casar com uma mulher para conseguir o tão desejado visto
britânico. Mas – como na vida real tudo de ruim acontece – o rapaz que estava
ajudando-o com os empregos pediu-lhe dinheiro. Obinze se recusou, então foi
denunciado e... (spoler).
De volta
aos Unided States, Ifemulu colhe os ótimos frutos do seu blog. Então chega o
momento em que ela decide voltar para Lagos. Nem em quinze anos foram
suficientes para apagar a memória de Obinze da cabeça da jovem igbo.
Quando o
jovem casal se encontra, hoje não tão jovens. Ifemelu quer viver de jornalismo
e Obinze se tornou um homem de sucesso – bem sucedido e casado com uma filha.
Eles ainda têm a mesma paixão que sempre tiveram desde a infância. Mas como
fazer se Obinze está casado?
O livro é
um tapa na cara. Chimamada é brilhante pondo no papel personagens tão reais que
podemos toca-los e situação tão palpáveis que o próprio leitor pode pensar “já
passei por isso” ou “conheço alguém que já passou por isso”. Dividido em 5 partes e com pouco mais de 500
páginas, mas fique tranquilo que a linguagem simples e capítulos curtos te
ajudam a lê-lo mais rápido. Americanah foi escrito para incomodar e tem tudo
para no futuro se tornar um clássico e leitura obrigatória mundial.
Sobre a
autora (tirado do livro)

O LEITOR BURGUÊS
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