Título Original: The Handmaid's Tale
Autora: Margaret Atwood
Páginas: 365
Tradução: Ana Deiró
Editora: Rocco
Capa do livro, ultima edição. |
O governo de Gilead lucrou muito com as guerras no mundo, eles eram profissionais em chegar no pais sugar tudo que tinha de bom e deixar só morte, misérias e destruição. Mas não contaram que em seu próprio pais, sua nação tão perfeita, a natalidade caíra drasticamente.
Vendo o problema se agravar, o governo decide dividir a
sociedade em subgrupos – é ai que entram as Aias. Esse grupo de mulheres tem um
papel importantíssimo na sociedade de Giliard. Elas são as que se encarregam do
controle de natalidade.
Sua função é apenas procriar!
Baseando suas leis no fundamentalismo cristão, o governo
estipula que cada Aia vá para a casa de um Comandante – senhores ricos de meia
idade que levam todo credito em guerra, mas que nem chegam a lutar. Todas as
mulheres de Gilead, descobrimos no decorrer da história, perderam todos os seus
direitos, chegando perder até o próprio nome.
Por conta que a história é contada sob a ótica de uma Aia
comum – sem qualquer poder ou dote especifico –, o leitor não sabe com detalhes
o que houve para sociedade ruir daquele jeito. Atwood é bem realista (por falta
de termo melhor) nesse sentido, pois ela usa uma mulher que não sabia o que
estava acontecendo com o próprio país para contar como tinha perdido tudo.
Primeiro Offred, tinha perdido o emprego, depois todas as
suas economias foram passadas para o homem da família - no caso seu marido -,
depois sua filha e por último sua identidade. Margaret tem uma escrita
complicado, pois o livro e contado de acordo com que a protagonista lembra. Então
ela lembra de como era antes – quando era casada e mãe, trabalhava e tinha seu próprio
dinheiro -; lembra de como era a rotina na casa do comandante – suas idas ao médico,
como era fodida (Aia para procriar eram submetidas a um ritual onde eram estupradas
pelos seus comandantes – elas eram deitadas e enquanto as esposas do estuprador
segurava suas mãos, eles as penetravam. Não tinham qualquer contado físico/emocional,
qualquer afeto entres as pessoas), como era tratada por outras mulheres; lembra
do seu processo de adaptação, como eram doutrinadas a serem submissas.
Suas vidas são baseadas em repressão. Se as mulheres são
violentadas, a culpa é sua, pois não se comportaram direito; se as Aias não
engravidam a culpa é dela e nunca do comandante. as aias sempre mudava de
endereço, ficava somente até a criança desprender o leite materno, depois ia para
outra casa repetir o ciclo.
Margaret não dá uma declaração de como eram feitas as subdivisões,
deixando o leitor ainda mais com perguntas do que respostas.
O livro é uma
projeção de um futuro catastrófico, foi publicado em 1985, mas nunca um livro
foi tão atual. Até mesmo no país onde as mulheres ainda lutam pelos seus
direitos e uma bancada fundamentalista acha que cultura do estupro é um mito. Atwood
pinta uma sociedade toda características – vermelho (Aias), verde (Martas),
azul (Esposas), marrom (Comandantes) – cores marcantes para delimitar a natureza
de casa personagem.
O final do livro termina de maneira ambígua, pois como a história
é narrada em primeira a autora dá a entender que as memórias da protagonista
vão até certo ponto. Então o leitor não sabe o destino real de Offred. Mas não
se apegue tanto no final, pois a história tinha que acabar de um jeito e
terminou desse. Essa é uma daquelas histórias que o que importa não é um final,
mas os meios. Leia, pense certos preceitos estabelecidos na sociedade e lembre
que ela não escrevia sobre o momento atual e sim um momento posterior a esse.
" Gostaria que tivesse mais fórmula. Gostaria que fosse sobre amor, ou sobre sobre as tomadas de consciência importantes para vida da gente, ou mesmo sobre pores do sol, passarinho ou neve. Lamento que haja tanto sofrimento nesta história. Lamento que esteja em fragmentos, como um corpo apanhado num fogo cruzado ou desfeito à força. Mas não há nada que eu possa fazer pra muda-la "
A série
![]() |
Margaret e Elisabeth Moss (Offred) no set de gravaçoes da Serie. |
Vale lembrar que tanto a serie quanto o livro ajudaram a
consolidar a carreira de escritora de Atwood como umas das mais influentes do século
XX.
A realidade vs A ficção.
![]() |
os traidores de Gilead eram enforcados |
O Leitor Burguês
Nenhum comentário:
Postar um comentário