O filme cuja resenha farei hoje tem muita relação com a minha graduação.
Eu curso pedagogia na UFC (Universidade Federal do Ceará), e nesse semestre estou fazendo a disciplina de
LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Na disciplina a professora passou um
filme para assistirmos, o qual assisti no sábado. O filme me impactou tanto que
me senti impulsionada a escrever algo sobre ele. É um filme relativamente
antigo, do ano de 1979, porém a mensagem trazida por ele é mais atual do que
nunca.
Sobre o Filme
O filme tem por título “Seu nome é Jonas”, é uma obra cinematográfica
norte americana e como já disse anteriormente do ano de 1979. O filme conta a
história de um garoto surdo chamado... Jonas, isso mesmo. Já na primeira cena senti
o impacto do filme, uma vez que mostra vários garotos em camas de um quarto de
hospital, onde a maioria tem síndrome de down, somente Jonas ali tinha outra
deficiência, no caso a surdez.
(Imagem de divulgação do filme no Brasil)
Como assim? Bom, até um bom tempo atrás a sociedade não sabia lidar minimamente
com as pessoas que tinham deficiência, com isso a “melhor” alternativa era se
livrar do assunto jogando essas pessoas em hospitais ditos “especializados”.
Jonas passou três anos no hospital, e foi diagnosticado por muitos médicos como
sendo “retardado”, até que sua mãe decidiu tira-lo de lá e buscar adequá-lo a
uma vida normal na sociedade. A partir desse momento as coisas pioraram. É
importante salientar que nessa época ainda não havia a sensibilização para uma
língua de sinais, muito pelo contrário, tal alternativa era rejeitada por
muitos especialistas porquê o que se queria era que essas crianças voltassem a
escutar, entretanto em muitos casos isso não era possível.
Dessa forma, a mãe de Jonas começou a leva-lo em vários especialistas,
todos usavam métodos de condicionamento, forçando Jonas a aprender palavras e
sons que nem ele mesmo compreendia. Nesse período o filme mostra também a
frustração da mãe de Jonas por não conseguir se comunicar com o filho. Até que
em uma nas visitas a um especialista, ela ver um casal de surdos conversando
com seu filho pequeno na Língua de Sinais e isso desperta sua atenção, tendo em
vista que ela já tinha tentado de tudo para seu filho e nada dava bons
resultados. Então ela foi para aquela que seria sua última esperança.
O casal de surdos a convidou para um encontro realizado pela comunidade surda e ao chegar lá ela ficou maravilhada, é como se ela achasse que só existia o seu filho de surdo no mundo. Ao ver como eles se comunicavam de forma normal e compreensível ela resolveu tentar isso com seu filho.
Entretanto, o mais transformador para
ela não foi a descoberta da língua de sinais, mas sim compreender que Jonas era
uma pessoa normal com uma forma diferente de ver o mundo. Quando Jonas começou
a ter contato com a Língua de Sinais através de pessoas surdas o seu mundo
mudou, ele se sentiu parte daquele meio, se sentiu compreendido.
Nosso problema é que adoramos
homogeneizar as coisas, queremos que tudo tenha um padrão, de forma que tudo
aquilo que saí do padrão é condenável. Precisamos compreender a ideia da
inclusão e passar a ver as diferenças de outra forma. Não é de forma alguma
taxar as pessoas com deficiência, sejam essas físicas, auditivas, visual,
mental ou múltipla, como sendo pessoas incapazes, mas sim compreender a forma
que essas pessoas acessam o mundo e aprender a entender, bem como conviver com
elas. Afinal o mundo é de todos nós!
O Primeiro Raio de Sol
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