"Vou logo dizendo que a série que irei resenhar agora foi concebida ano
passado com o Emmy e o Globo de Ouro de melhor série dramática, ou seja, não é
qualquer série."
Ainda não é muito conhecida no Brasil, uma vez que não teve seus
direitos de exibido comprados por nenhum serviço televisivo do país. Eu assisti
pela internet após ver, em algum lugar que não lembro mais, a sinopse da série
que logo me cativou.
Terminei a primeira temporada em
pouquíssimos dias (contém apenas 10 episódios) e agora estou esperando
ansiosamente a segunda que estreia no dia 25 de abril nos estates. Mas sem
delongas... essa série espetacular é nomeada de “The Handmaid’s Tale”, série
inspirada no romance da escritora canadense
Margaret Atwood publicado no ano de 1985. O enredo mostra um futuro onde
as taxas de fertilidade caem em todo o mundo por conta da poluição, bem como
das doenças sexualmente transmissíveis. Isso vai desencadeando o crescimento de
um setor “cristão” extremamente religioso, que pautam suas práticas em modos
distorcidos de ver a bíblia.
Desta forma, esse grupo cresce de tal forma que
derruba o governo dos EUA, instaurando posteriormente, um governo totalitário
teocrático, denominado de Republica de Gileade. Nesse enredo, todas as pessoas
tinham que seguir as regras instauradas pelo setor dominante dessa sociedade,
os que não seguissem eram mortes em praça pública, tendo seus corpos expostos
para servir de exemplo. Contudo, a situação que mais me chocou na sério é que
as mulheres férteis são separadas do restante da sociedade, de maneira que elas
são distribuídas em lares de casais que não conseguem ter filhos onde elas tem
a única função de engravidarem para aumentar as taxas de natalidade do país. As
cenas de abuso são fortes, mas para as pessoas responsáveis por fazer toda essa
loucura acontecer isso é apenas a missão de Deus para essas mulheres.
Desse modo, a série traz de forma clara
o poder devastador da religiosidade. A partir que os indivíduos começam a
utilizar da religião para justificar suas barbáries prometendo um mundo melhor
isso pode trazer consequências muitas vezes irreparáveis. Temos exemplos disso
em nossa história, como por exemplo a escravidão, que era justificada por
muitos membros da igreja, visto que eles alegavam que os negros não tinham alma
e por isso eles podiam ser escravizados. Outro exemplo, foi o genocídio que
ocorreu na América Latina por parte dos colonizadores, que também se utilizavam
do discurso religioso para basear suas ações desumanas. The Handmaid’s Tale,
nos faz refletir sobre diversas questões que, ao que parece, estão voltando a
tona. É uma série que aguça nosso senso crítico, nos dando elementos para
melhor analisar muitos discursos que nos são vomitados diariamente.
Enfim,
corre logo para assistir a primeira temporada porque a segunda chega próximo
mês.
Primeiro Raio de Sol
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