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O Rei do Inverno



Ficha Técnica

Autor: Bernard Cornwell

Título Original: The winter king

Tradutor: Alves Calado

Coleção: As crônicas de Artur

Páginas: 546

Editora: Record

O reino da Britânia está sendo constantemente assolada pelo mal Bárbaro e os (sub) reinos respondem como podem. Umas dessas batalhas o primogênito de Uther, Modred, pereceu e o trono ficou somente com a esperança de seu herdeiro.

A neve cobre os expurgos das guerras de branco, como o tapete que esconde a poeira de uma casa velha. Acompanhando os uivos dos ventos, uma mulher urra cortando a harmonia e a trégua que o inverno traz consigo, ela tentava desesperadamente dar à luz o sucessor do trono e dar ao pai o neto que o filho não pôde conhecer.

Os cristãos rezam com afinco, implorado para seu deus fazer um nascimento seguro para a mãe e o bebê. O rei, Uther, o Pendragon, olha com aflição a agonia da sua nora. Vendo que a mulher não iria resistir, e consequentemente o bebê, decide recorrer aos xamãs de Ynys Wydryn, a fortaleza de Merlin.

O brilho de sua máscara de ouro deixava sua presença ainda mais espectral, Morgana, veio em auxilio do Pendragon e a nora, Norwenna. O rei queria o próprio Merlin, mas o feiticeiro tinha desaparecido há tempos, viajou para lugar nenhum. E quem estava cuidado de Ynys Wydryn, Avalon, era Senhora da Máscara de Ouro.
No livro, Morgana usava uma macara de ouro para esconder seu rosto queimado de um incêndio que matara seus filhos e marido. E Artur era de aparência comum, magro e de aspecto cansado

Para todos ali, o deus cristão tinha falhado com o reino de Britânia. E as forças de Norvenna estavam se esvaindo de seu corpo, tinha começado a delirar. Morgana começou a correr contra o tempo, tinha ordens de salvar primeiramente o bebê, porém a feiticeira de Avalon se recusava a desistir da mãe.

Então Morgana começou o ritual. Primeiro: fogo, mandou que acendessem todas as tochas e lareiras do castelo; e depois, houveram gritos, ordenou que todos começassem a gritar, até Uther. Não se sabe até agora o que aconteceu, mas Morgana e os deuses antigos trouxeram um lindo garoto saudável, porem o garotinho trouxe um pé torto – deficiência que anuncia um mal agouro iminente.

E esse é começo da trilogia “As Crônicas de Artur” de Bernard Cornwell. A trilogia continua com “O inimigo de Deus” e “Excalibur”. Mas vamos ficar só no primeiro volume (já que estou lendo o segundo volume agora).

Sempre me falaram da escrita de Cornwell, mas eu nunca tinha lido nada dele para saber. Me indicaram “crônicas saxônicas”, mas essa serie não tem fim.

Com descrições detalhadas e empolgantes das batalhas, o autor tece uma grande rede de personagens e lugares. É exatamente ao que esse livro se prende, além da trama política, pois basicamente quando tudo estava resolvido Artur vem e faz besteira. Cada personagem tem sua história contextualizada no volume.

Para você que está esperando ver Artur e outros personagens clássicos da mitologia arturiana como protagonistas, sinto te dizer, mas isso não acontece. O protagonismo fica por conta de um personagem fictício, criado pelo próprio Bernard, para contar aquela história clássica.

Derfel (se fala com v e não com f), agora um monge à beira da morte, resgata das suas memórias sua vida como sobrevivente e guerreiro de Artur para entreter e ensinar Igraine, uma adolescente que está com um pé no altar.

Vale aqui contar a história de Derfel.

Nascido saxão, teve sua vila destruída pelos britânicos. Nunca conheceu seu pai e sua mãe foi morta no saque. Um padre cristão estava jogando as crianças em um poço com estacas fincadas, ele queria empalar as crianças. Porém, milagrosamente Derfel saiu do poço sem nenhum arranhão. E jurou encontrar aquele padre que lhe jogou para morte.

Ficou vagando como um fantasma pelas florestas até ser encontrado e adotado por Merlin. E viveu até sua adolescência em Avalon quando os saxões disfarçados como guerreiros de Uther chegaram para a destruição da fortaleza de Merlin. Esse evento foi logo depois do nascimento do rei do inverno, o pequeno Mordred tinha sido levado com um comboio real para a ilha junto da mãe para ficarem em segurança. O bebê conseguiu sair vivo, mas sua mãe foi decapitada assim que os saxões entraram em Avalon.

Depois disso Derfel, antes um adolescente magricela, agora um rapaz feito de músculos e ávido pela batalha, decidiu se tornar guerreiro de Artur e matar cada saxão que encontrasse.

O livro acontece e os personagens clássicos arturianos vão aparecendo como coadjuvantes significativos na história. O autor explica o motivo disso no final do livro, ele diz basicamente que ainda não se encontrou tudo acerca de seus personagens, então teve que se manter “em aberto” e a cada edição que o livro ganha um dado novo é acrescentado no apêndice – final do livro.

Particularmente eu gosto dessa perspectiva em aberto que o autor deixa. Faz com que o leitor fique mais vontade com a imaginação acerca da história de Artur. E ainda mais Derfel que é o personagem elo que uni todos os personagens clássico.

O livro termina com uma espécie com Merlin anunciando uma missão que promete salvar a Britânia e uma vez por todas dos saxões.

A escrita de Cornwell é envolvente e apesar do livro ser um calhamaço de quase 600 páginas, o leitor não se sentir cansado perante a estória.

Além do mais, Cornwell escreve os seus livros baseados em registros históricos. Isso quer dizer que se trata de um romance histórico, as crônicas de Artur é o que se tem de mais perto dos fatos que ocorreram.


Sobre o autor (tirado do site da editora).



Bernard Cornwell, consagrado autor britânico, já teve suas obras traduzidas para mais de 16 idiomas. Seus romances alcançaram rapidamente o topo das listas de mais vendidos em vários países, e milhões de exemplares foram comercializados em todo o mundo. Cornwell nasceu em Londres e foi criado em Essex, por pais adotivos. Trabalhou por dez anos na BBC de Londres antes de se tornar escritor. Em 1979 mudou-se para os Estados Unidos, onde vive até hoje. Não perdeu, porém, o fino humor britânico e a paixão por conflitos militares famosos, que se reflete em sua enorme coleção de mapas antigos.

















O Leitor Burguês


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