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Vulgo Grace



Título Original: Alias Grace.

Autora: Margaret Atwood

Editora: Rocco

Nº de páginas: 511

Tradução: Gene Hirata.


       
Grace Marks foi acusada de duplo assassinato, seu patrão, Thomas Kinnear, e Nancy Montgomery, governanta da casa e amante de Kinnear. Era 1943, na época com 16 anos, Grace trabalhava de empregada e foi julgada culpada pela coorte canadense e sentenciada à forca. Porém, conseguiu-se livre da sentença de morte e passou os anos seguintes em asilos e prisões, sendo exposta como uma atração em um circo de horrores.
        Como as pessoas nunca tinham visto crime com tamanha brutalidade, a população duvida que uma garotinha tinham sido autora de tal barbaridade. Então a sociedade ficou dividida entre sua culpabilidade. Acontece que Grace não agiu sozinha, sob a declaração de que tinha sido coagida pelo capataz da casa, ela conseguiu se livrar da pena de morte, o capataz não teve tanta sorte. Para não deixar Grace mofando na prisão, o ministro canadense a pôs para servir sua família.
        A história começa com um tal Doutor Simon Jordan – especialista em doenças mentais - chegando na casa do ministro para conhecer Grace e com isso escrever o último laudo a respeito da sua condenação. Pois Grace sempre alegou não se lembra do que aconteceu naquele fatídico dia, quer dizer, ela não lembra do assassinato em si. Então o governo por desencargo de consciência achou melhor que Grace tivesse sessões de terapia.
        Então ela começa a história contando que saiu da Irlanda com sua família, com pai bêbado e mãe sempre enferma e seus cinco ou seis irmãos (realmente não lembro). A família vem em busca do “américan dream”, lembrando que naquela época o puritanismo estava em declínio e a era espiritualista estava nascendo.  Vindo em um navio mercante com poucas coisas, a família Mark enfrentou verdadeiros infortúnios, ainda mais depois que a matriarca da família não sobreviveu a travessia dos mares. E o relato segue até depois dos eventos dos assassinatos.
       
Tanto o livro quanto a série são lentas, mas creio que tenha que ser assim mesmo. Já que o leitor/telespectador tem que conhecer a história daquela moça calada e introspectiva.
Essa é uma das poucas obras que eu vejo muito de visual nela. Acontece que algumas obras funcionam melhor na tela que nas páginas de livros e Vulgo Grace é uma delas. Pois em muitas vezes por conta de um enredo arrastado, o livro se torna maçante e cansativo. (Particularmente, minha opinião) – Se você for ler o livro, não espere que ao final de cada capitulo tenha um plot twist e que coisas extraordinárias aconteçam. Mas isso não acaba com a história, pois apesar do seu ritmo, é extremamente poética. E  você se intriga com aquela jovem. Ela também fez uma participação na série, em uma cena especifica e teve até uma fala (Sabe qual foi a cena? dica na imagem acima).
O elenco escolhido para a série é outro show à parte, Sara Gordon como Grace Marks está simplesmente espetacular. Também no elenco tem Anna Paquin (X-men e True Blood), Zachary Levi e Edward Holcroft. Vale lembrar que a série contou com a produção supervisionada da própria Margaret Atwood.
Sarah Gordon e Edward Holcroft
        Atwood se inspirou em eventos e personagens reais para escrever esse romance que beira a terror psicológico. Olhando em retrospectiva tem muitos elementos de terror nesse romance – a começar com o assassinato e terminando com personagens sendo atormentados por fantasmas, passando por uma atmosfera densa e claustrofóbica (que é a mente de Grace). Em muitas partes você se pergunta o que está acontecendo e levando em consideração aos relatos de Marks, você vai querer que Thomas e pincipalmente Nancy sofram da pior maneira possível.
        Margaret tem uma habilidade de criar personagens magnânimas, tão profundas que podemos ver seu coração através da pele. Mais uma vez olhando em retrospecto, trata-se acima de tudo de um romance intimistas e do quanto as pessoas aguentam sobre seus ombros.

Autora

Uma das maiores escritoras de língua inglesa, Margaret Atwood foi consagrada com alguns dos mais importantes prêmios internacionais, como o Man Booker Proze (2000) e o Príncipe de Astúrias (2008), pelo conjunto de sua obra, além de ter sido agraciada com o título de Cavalheira de L’Ordre des Art et Lettres, na França. Tem livros publicados em mais de 30 idiomas e reside em Toronto, depois de ter lecionado Literatura Inglesa em diversas universidades do Canadá e dos Estados Unidos e Europa. Transita com igual talento pelo romance, o conto, a poesia e o ensaio, e se destaca por suas incursões no terreno da ficção científica, em obras como O conto da aia e Oryx e Crake, ambos publicados pela Rocco.














O LeitorBuguês

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