Se você puder adquirir esse exemplar na sua coleção, corra! Horácio Quiroga reúne nesse volume seus contos mais profundos abordando temas que na própria capa já entrega. Para saber mais sobre essas loucuras, esses amores e essas terríveis mortes, segue lendo!
O autor e o livro
18 contos publicados originalmente em 1917. Horácio Quiroga, escritor uruguaio sofreu em sua vida pessoal por conta de traumas envolvendo a morte. Isso é refletido profundamente em seus contos agrupados nesse volume. Mas nem só de morte é esse livro. Claro que essa temática é bem marcante, mas os motivos pelos quais a vida de certos personagens chegam ao fim, isso sim é que é interessante.
Resumo geral.
Por se tratar de um livro de contos, não dá para se ter um resumo geral da história, portanto vamos tratar aqui de um resumo do ritmo da leitura e da qualidade desses contos. Para ser sincero, já lo esse livro umas três vezes e sempre me encanto com o ritmo das histórias bem contadas que fazem o leitor devorar rapidamente cada página, tendo algumas surpresas de como o ser humano pode ser criativo em acabar com a vida do outro ou até mesmo por simples motivo, mas pertinente, surtar!
Alguns desses contos, especificamente os do meio, tendem a ser mais extensos e mais cansativos pela riqueza de detalhes que o autor coloca em sua narrativa, mas que logo é superada por um leitor voraz que é colocado no ritmo que começara.
Edição Clássicos Abril Coleções (Editora Abril)
Contos selecionados.
O conto que resolvi selecionar, irei citar alguns acontecimentos por alto, talvez, por estar empolgado com a resenha, solte alguns spoilers sobre esse conto , não me leve à mal. "O Solitário" é um de meus preferidos, por abordar um jovem casal, o rapaz trabalha confeccionando joias para as pessoas da alta sociedade, apesar de viver uma vida simples, o rapaz tinha mãos muitos firmes e talentosas para lapidar as pedras preciosas trazidas à sua casa e serem entregues em formato de joias para os ricos que contratavam seu serviço. Há sempre aquela maldição de quem trabalha com ouro, não fica rico! A esposa vivia resmungando e humilhando o marido que havia lhe aprisionado num casamento horrível, viviam com roupas que pareciam trapos, não possuía uma joia digna de ser pendurada em seu pescoço. Maldito marido e sua pobreza miserável. Esse discurso persiste por dias, meses... A encomenda de um solitário faz com que a esposa retire a joia do trabalho do marido e fique desfilando pela casa como uma louca exibida! um pedido gentil para que ela guarde a joia, pois pode danificá-la não é atendido. Ela responde o marido aos berros, de que, já que não me dá uma vida digna, deixasse que ela pelo menos sonhasse com uma. Ao anoitecer, a esposa devolve a joia para o marido. Ele a recebe, a esposa sai para o quarto chorando. Ele espera que ela durma e na madrugada, ele crava o solitário no peito da esposa que abre os olhos e debate sobre a cama, o solitário cravado em seu peito vai parando de tremer aos poucos. A vida da esposa já se foi.
Esse é um breve resumo de um dos contos que você certamente irá ler desse livro com muita atenção. Espero que você tenha gostado e inscreva-se nas nossas redes sociais. Toda segunda, resenha literária no nosso canal. Link do canal da página inicial do nosso blog.
Daniel Alves